quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Prof. do SIBB no púlpito IBRECEM!

Próximo domingo (24/10), às 18:00h Pr. Timóteo estará expondo a Palavra de Deus na Igreja Batista Regular Central de Mossoró, localizada na av.Mota Neto, 349 Nova Betânia.

Ele é prof. no SIBB (Seminário e Instituto Batista Bereiano - Natal/RN), um dos filhos de Roberto Franklin, missionário ABWE, fundador desta igreja local em Mossoró.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

“Temos nos tornado tão direcionados por performance, que dificilmente percebemos como comprometemos o evangelho. Considere um pequeno exemplo. Em muitas de nossas igrejas, as orações nos cultos matinais servem, em grande medida, para mudar o ambiente no santuário. As pessoas da congregação abaixam a cabeça, fecham os olhos e, quando olham alguns minutos depois, vêem os cantores nos seus lugares ou o grupo de teatro pronto para a apresentação. Tudo acontece tão calmamente. Mas também é tão profano. Nominalmente, estamos juntos em oração, dirigindo-nos ao Rei do céu, o soberano Senhor. Na realidade, alguns de nós estamos fazendo isso, enquanto outros estão andando apressadamente na ponta dos dedos ao redor da plataforma; e outros, com seus olhos fechados, estão ocupados se perguntando que novo e agradável cenário os confrontará, quando chegar o momento de uma olhada furtiva. Uma performance agradável se tornou mais importante do que o temor do Senhor? A excelência, um dos equivalentes modernos para a retórica antiga, tomou o lugar do conteúdo? A competência profissional e a exibição primorosa se tornou mais importante do que a consideração sóbria a respeito do que significa focalizar-se no Cristo crucificado?”.

(CARSON, D.A. A cruz e o ministério cristão. SP: Fiel, 2009,p.48)

domingo, 17 de outubro de 2010

APRENDENDO COM OS MAUS EXEMPLOS

DIÓTREFES – um líder orgulhoso – III João.

Essa é a III carta de João. Nela encontramos 3 tipos de crentes: Gaio, um crente amado; Diótrefes, um crente orgulhoso e Demétrio, um crente exemplar.

Uma das palavras-chave desta carta é testemunho (III Jo 3,6 e 12).

A maneira como você vive diz qual é seu testemunho.

Observe agora os três homens, para entender que tipo de crentes eles eram:

Vs. 1 - “O presbítero ao amado Gaio...” – De líder para líder. De João para Gaio, um dos líderes desta igreja.

Gaio era um crente líder digno de elogios:

A) (vs.2) - “...como é próspera a tua alma...” – O que isso significa? Significa que Gaio mantinha uma vida espiritual saudável. Um homem que vivia espiritualmente bem!

B) (vs.3) - “...pela vinda de irmãos e pelo seu testemunho da tua verdade...” – Quando o crente vive com um bom testemunho, ele é conhecido por outros que valorizam o bom testemunho. Pessoas que estiveram com Gaio, se encontraram com João (autor desta carta) e comentaram de como viram em Gaio, uma pessoa tão firme na verdade.

Dizem que má notícia num instante se espalha. Boas notícias também chegam rápido àqueles que zelam pela igreja de Cristo. A Bíblia mostra casos em que comentários acerca de um mau testemunho se espalharam rápido.

Lembra daquele problema de divisão lá na igreja em Corinto, que Paulo citou que uns diziam “eu sou de Paulo, e eu, de Apolo, e eu, de Cefas...”? Paulo ficou sabendo desse mau testemunho através de pessoas da casa de Cloe (I Co.1:11).

C) (vs.4) - “...maior alegria... a de ouvir que meus filhos andam na verdade...” - Gaio era um fruto produtivo do trabalho feito por João. É muito bom saber que não estamos trabalhando em vão, ao ver vidas sendo transformadas pelo evangelho de Jesus Cristo. Pessoas passarem a dedicarem-se para a obra de Deus. Acompanhar os novos na fé, crescerem anos após ano, amadurecendo e dando outros frutos.

Vs. 5-8 – Naquele tempo (primeiro século da vida da igreja cristã), no contexto do poder político do império romano, que perseguia os cristãos porque viam o cristianismo como ameaça aos seus interesses de dominação, era fundamental que os crentes ajudassem uns aos outros para manterem-se vivos e ativos na fé em Jesus Cristo.

Por isso João elogia o comportamento de Gaio, sendo tão hospitaleiro e auxiliando outros crentes a viverem a fé em Cristo.

Quando um crente ajuda outro crente o que ele se torna? Um cooperador da verdade. Era o evangelho que estava sendo fortalecido quando um crente era acolhido.

Esse era Gaio, um crente amado, pelo bom testemunho que motivava outros crentes e vivia a verdade que conhecia, recebendo os irmãos com hospitalidade.

João passa então a falar de outro homem.

Vs.9-12 – O perfil de um mau exemplo a não ser seguido:

Vs.9 - “...Escrevi alguma coisa à igreja...” – Quem conhece a Bíblia sabe que dentre os 66 livros que a compõe, dos 27 do NT, 21 deles são epístolas/cartas. Algumas delas escritas a pastores – I e II Timóteo e Tito – outras às igrejas como I e II Coríntios ou I e II Tessalonicenses; há também as ditas cartas gerais – ex: Tiago e I e II Pedro – por terem sido escritas à igreja de maneira geral.

Pois bem, acontece que João, antes de escrever esta carta que estamos lendo agora (III João), já tinha escrito uma carta à igreja de Gaio, mas alguém impediu que a carta chegasse ao conhecimento dos irmãos daquela igreja.

Vs.9 – “...mas Diótrefes...” – A carta é pessoal (de João para Gaio) numa linguagem bem clara e bem objetiva. João não quer que haja nenhuma dúvida quanto a quem é a pessoa que está fazendo coisas reprováveis pelo evangelho de Jesus Cristo, na igreja onde Gaio era um dos líderes. O problema tem nome: Diótrefes!

Está é a única vez que a Bíblia fala desta pessoa. Ficamos então sabendo que se trata de um membro da igreja que tinha como um dos líderes Gaio, a quem João mostrou ser digno de elogios.

Deus chama pessoas para trabalhar na Sua obra, mas já deixou um manual de conduta sobre nossa participação. Para não ter atitude reprovada no serviço de Deus, é preciso viver da maneira que Deus já planejou para o serviço que é dEle – I Coríntios 3:5-9.

Vs. 9- “...que gosta de exercer primazia entre eles...” – Dois homens Gaio e Diótrefes, membros da igreja de Cristo. Duas biografias de líderes bem diferentes. Gaio tinha autoridade, Diótrefes era autoritário.

Para Jesus Cristo importa termos autoridade e não autoritarismo.

Gaio tinha autoridade – construída pelo seu bom testemunho, amor, cuidando dos irmãos e procurando em tudo fazer a vontade de Deus.

Diótrefes tinha autoritarismo – construído por alimentar seu desejo de querer sempre a primazia (superioridade, buscando ser tratado melhor do que os outros, busca ser destaque para aparecer mais, etc).

Diótrefes fazia justamente o contrário do ensinamento bíblico de Filipenses 2:3. Ficando o versículo assim: “Diótrefes faz tudo por partidarismo e vanglória, sem humildade, sempre se considerando superior aos outros”.

Vs.9 – “...não nos dá acolhida...” – Motivações erradas levam a atitudes desastrosas.

A vontade de Diótrefes era “exercer a primazia”, ou seja, no contexto de liderança daquela igreja, ele queria tomar as decisões, com intuito de ver as coisas acontecerem do seu jeito. Com essa motivação ele acabava sendo uma pessoa que não divulgou a carta que João escreveu e costumava tratar mal os irmãos, não acolhendo os cristãos.

Quando mais os crentes precisavam de viverem unidos, uns ajudando os outros, devido à perseguição imposta pelo poderoso império romano, as intenções erradas de Diótrefes produziam um comportamento que dificultava os propósitos de Deus para a igreja.

Vs.10 – “Por isso, se eu for aí, far-lhe-ei lembradas as obras que ele pratica...” – Diótrefes precisa urgentemente ser advertido. Precisava ser confrontado por alguém que mostrasse para ele que as coisas estavam acontecendo do jeito que ele queria, mas não do jeito que Deus queria.

João então avisa à Gaio que assume o compromisso de, quando fosse até aquela igreja, chamaria atenção pessoalmente à Diótrefes quanto a tudo que estava acontecendo.

Vs.10 – “...proferindo contra nós palavras maliciosas...” –

“Quem vive falando mal de alguém é porque ou deseja ser como ele ou ocupar o lugar dele”.

No lugar de estar cuidando em receber bem e ajudar os irmãos na igreja, Diótrefes alimentava seu “eu” e atingia pessoas com palavras destrutivas.

“...palavras maliciosas...” – Significa “fazendo acusações falsas e infundadas a nosso respeito”.

O uso da mentira!

Vs.10 – “...nem ele mesmo acolhe os irmãos, como impede os que querem recebê-los e os expulsa da igreja...” – Aprendo com o mau exemplo de Diótrefes que sempre que alguém é dominado pelo desejo do “eu”/orgulho, age para prejudicar os outros, fala para prejudicar os outros e tenta impedir aqueles que querem ajudar os outros.

Jesus disse: “Quem não é por mim é contra mim; e quem comigo não ajunta espalha” – Mt.12:30.

Vs.11 – Lembra que falei que Diótrefes era um líder naquela igreja? Você sabe que líder influencia outros, não é? Sabe também que líder ensina pelo que faz além do que pelo que fala, não é?

Sabendo disso, João alertou os irmãos: não imitem Diótrefes!

“...senão o que é bom...” – Deus sempre preservará homens e mulheres fiéis a Ele, com testemunho a ser seguido por outros que queiram honrar a Deus com suas vidas.

São estes que devem ser referenciais na igreja de Cristo!

Vs.11 – “...aquele que pratica o mal jamais viu a Deus...” – Conhecer a Deus implica em transformação de vida. Ninguém que se aproxima de Deus e continua vivendo em pecado.

Os irmãos daquela igreja podiam esperar transformação na vida de Diótrefes, senão, poderiam imaginar se de fato Diótrefes conhecia a Deus ou não!

Vs.12 – “O que me preocupa não é o grito dos maus, mas o silêncio dos bons” (Pr. Martin Luther King).

Demétrio, o bom exemplo a ser seguido. A melhor maneira de confrontar o mau exemplo, é dando ênfase aos bons exemplos.

Considerações finais:

Gaio, um crente amado.

Diótrefes, um mau exemplo a não ser seguido.

Orgulhoso, buscando seus próprios interesses, impedindo que o trabalho de Deus desenvolvesse, falando palavras destrutivas contra servos de Deus... Um exemplo a não ser seguido.

Demétrio, um crente exemplar.

Todo crente é uma testemunha: para melhor ou para pior.

Deus trabalha transformando caráter, dando nova vida. Fazendo pessoas amarem a Ele e amarem uns aos outros, trabalhando juntos pela fé evangélica.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010











O resgate dos mineiros e o reino de Deus.

A imprensa mundial acompanhou passo à passo o trabalho de resgate dos mineiros na mina de San José, norte do Chile. Após 70 dias, os 33 trabalhadores foram resgatados com sucesso.

O que poucos observaram foi a celeuma que surgiu quanto a quem deveria ser o primeiro a ser resgatado da mina. Para a maioria dos familiares dos mineiros, Mário Gome, o mais velho, deveria ser prioridade. Entretanto, a equipe de resgate pôs em prática seus critérios de escolha para ordem de retirada dos trabalhadores da mina de San Jose.

Sempre que envolve escolhas para quem deve ser dado espaço, prioridades, vantagens ou coisas afins, as pessoas são estimuladas a dar opiniões que muitas vezes são bastante diversas e contrárias.

Os critérios estabelecidos para o resgate dos mineiros no Chile, levou –me a lembrança da querela bíblica provocada pelo pedido da mãe de 2 dos discípulos de Jesus. Veja a narrativa feita por Mateus, descrevendo a intervenção da mãe:

“Então se aproximou dele a mãe dos filhos de Zebedeu, com seus filhos, adorando-o, e fazendo-lhe um pedido. E ele diz-lhe: Que queres? Ela respondeu: Dize que estes meus dois filhos se assentem, um à tua direita e outro à tua esquerda, no teu reino.Jesus, porém, respondendo, disse: Não sabeis o que pedis. Podeis vós beber o cálice que eu hei de beber, e ser batizados com o batismo com que eu sou batizado? Dizem-lhe eles: Podemos” – Mateus 20:20-22.

Para o resgate na mina chilena, a equipe responsável resolveu dar prioridade aos:

1) Com saber técnico em geologia e com mais vigor físico.

2) Os que mais apresentavam maior necessidade de cuidados médicos.

3) Os demais.

A maneira como Jesus respondeu ao pedido da mãe daqueles discípulos, reforça a verdade de que no reino de Deus:

1) As pessoas que entrarão, estão na mesma condição umas das outras – pecadores que merecem a condenação eterna, mas foram resgatados pelo dom gratuito de Deus.

2) Não há tratamento diferenciado a nenhum dos resgatados por Deus. Todos devem pensar de si mesmos como co-herdeiros da graça em Cristo.

3) Nenhuma autoridade humana pode interferir pela situação dos pecadores que estão sendo resgatados, porque a garantia da salvação dependeu exclusivamente do trabalho, todo ele, feito por Deus, em Jesus Cristo.

Soli Deo gloria!

terça-feira, 12 de outubro de 2010





ONÉSIMO – RESTAURANDO A CONFIANÇA PERDIDA.

Baseado no livro FILEMOM.

"Quando acertamos, ninguém se lembra. Quando erramos, ninguém se esquece." (Anônimo).

Considerações de Paulo sobre a pessoa de Filemom (4-7):

Vs.4 – Sua vida me alegra e agradeço a Deus por você existir.

Vs.5 – Você é um homem de fé e amor. Ama a Jesus e transborda desse amor às pessoas.

Filemom era aquele tipo de crente amado por muitos crentes por seu bom testemunho de amor e fé em Jesus Cristo.

Vs.7 – Filemom, sua maneira de viver, anima outros cristãos em suas caminhadas na fé cristã.

Se você lembrar que Paulo estava preso em Roma, por causa da sua fé em Cristo (uma ameaça para os interesses do império romano na época), o testemunho de Filemom ganha mais importância ainda, pois trata-se de um homem que, por sua vida, tem mantido outros homens animados a viver a fé em Jesus Cristo.

Paulo cumpre o papel de mediador/conciliador entre ofensor (Onésimo) e ofendido (Filemom):

Vs.8-9 – “...para te ordenar o que convém...” – Paulo não só tem consciência de sua autoridade como apóstolo, na missão de ensinar, corrigir e direcionar essas primeiras comunidades de cristãos, mas continua com a consciência de que tem coisas a serem resolvidas entre os crentes que devem depender da espiritualidade e não da autoridade humana.

Duas possibilidades que Paulo tinha para agir nessa situação entre Onésimo e Filemom:

Uma forma possível: Paulo, como apóstolo, grande líder entre os cristãos, usando de sua autoridade e respeito conquistado por uma biografia de fidelidade à Deus, poderia usar desse histórico para ordenar à Filemom que fizesse como ele explicou, sem mais discussões.

Outra forma possível: Paulo, como apóstolo, grande líder cristão, conhecedor do poder de Deus para transformar pessoas (como fez com ele mesmo – de perseguidor dos cristãos à fundador de igrejas cristãs), usou de sua influência para solicitar à Filemom, em nome do amor

quanto a situação de Onésimo.

Aplicação: Muitas vezes, quando a confiança é perdida entre os irmãos, a melhor maneira de buscar a restauração não é pela pressão ou para satisfazer a vontade de um líder, mas sim, permanece a receita usada por Paulo, em nome do amor.

Vs.10 – Paulo dá uma notícia que pode ter deixado Filemom muito surpreso: Onésimo agora é crente! Lembre-se que, quem está recebendo essa notícia conviveu com Onésimo como seu escravo (relação de trabalho), que o havia roubado.

Pronto, o homem agora é crente e agora, como vou tratá-lo. Se ele voltasse (de Roma) para trabalhar aqui (Colossos), com que “cara” eu iria receber um escravo que me deixou um prejuízo?

Cumprindo um papel de mediador, Paulo dá a notícia que deve mudar toda a história de ofensa entre Filemom e Onésimo.

“...meu filho Onésimo...” – Paulo, fala sobre Onésimo, agora seu filho na fé. É um pecador restaurado em Jesus Cristo. Portanto, não se trata de alguém que vive em pecado e não teme a Deus. Ora, se é um crente, porque duvidarmos de sua mudança de vida, a tal ponto de não lhe darmos uma chance?!

Pense comigo que tipo de pensamento pode ter ocupado a mente de Filemom?!

Alguém poderia questionar: Paulo não está sendo muito conivente com o erro de Onésimo? Geralmente, é comum rotular as pessoas que saem em defesa para ajudar alguém que tropeçou de pessoas tolerantes demais, ou até mesmo, chamá-las de coniventes com o erro. Seria correto rotular Paulo desse jeito, por estar saindo em favor de Onésimo? Não. Se você lembrar o histórico do comportamento de Paulo para com crentes em pecado, verá o contrário. Basta lembrar-se do seu caráter firme demonstrado noutras situações que envolvia pecado e correção, por exemplo: na cidade de Filipos tinham dois crentes com problema de comunhão e Paulo mandou que eles resolvessem – “Rogo a Evódia e rogo a Síntique pensem concordemente, no Senhor...” (Fl. 4:2); falando de um problema gravíssimo de imoralidade dentro da igreja em Corinto, Paulo foi direto – “Eu, ainda que ausente em pessoa... Já sentencie (decidi)... entregue a Satanás...” (I Co. 5:3,5) e, ainda na igreja em Corinto, foi claro ao dizer que não pouparia aquele que estava vivendo em pecado, no meio da igreja de Cristo (II Co. 13:2).

“...que gerei entre algemas...” – Onésimo era um dos “filhos na fé” do apóstolo Paulo.

Seu nome foi citado na carta aos irmãos de Colossos – 4:7-9 – onde é lembrado como um crente fiel e amado, muito útil no ministério do apóstolo Paulo, para ajudar a igreja daquela cidade.

Essa informação reforça o que já foi dito: Paulo não está pedindo por um crente sem testemunho de vida cristã, mas sim, por uma pessoa que tem um histórico de fidelidade a Deus e serviço na igreja, que após perder a confiança, agora precisava restaurá-la!

Vs.11 – “...antes, te foi inútil...” – O papel de quem age como medidor não é encobrir ou negar o pecado. Até Paulo reconheceu que Onésimo, tornou-se “inútil” para Filemom...

Vs.13 – “...algemas...” – Na carta essa palavra aparece com frequência. É uma forma de sabermos da condição em que o escritor dela se encontrava naquele momento: preso na cidade de Roma.

“Eu queria conservá-lo comigo mesmo para, em teu lugar...” – Conquistar a confiança das pessoas não é nada fácil. Lembrei de um episódio quando terminei a faculdade, preparei meu currículo e comecei a visitar algumas escolas em busca de uma oportunidade para começar a ser professor de História. Em duas delas, a funcionária que me recebeu se comportou da mesma forma: me recebeu com simpatia, leu meu currículo, deu umas palavrinhas de estímulo que um iniciante gosta de ouvir, conversa vai, conversa vem... Terminou guardando meu currículo numa gaveta e dizendo pra mim: Você é muito novo, tem muito a aprender pela frente, vá noutras escolas, com o tempo você vai ganhar experiência!

Ora, já pensou se todas as escolas que eu tivesse visitado reagissem assim?

Paulo não está simplesmente pedindo para Filemom receber Onésimo e agüentar os problemas de uma pessoa que poderia muito provavelmente dar trabalho. Paulo assegurou que valia a pena receber Onésimo, pois ele mesmo queria tê-lo como auxiliador e mais ainda interessante para Filemom saber, Ónésimo ocuparia o lugar de Filemom.

Vs.14 – A restauração que Deus quer entre pessoas que perderam a confiança deve ser na base do amor e não da obrigação.

Por amor, Paulo está evitando que Filemom receba Onésimo:

a) Só pra fazer a vontade de Paulo; b) Para “ganhar uns pontos” com Paulo, um líder muito respeitado; c) Por pressão, o que mais tarde poderia gerar uma revolta maior de Filemom contra todo o ocorrido.

Vs.15 – A perspectiva de um homem espiritual. Às vezes não entendemos o porquê das situações: afastamento, necessidades, tristeza, etc. Quanto mais olhamos com nossos olhos, menos entendemos.

Olhando com a perspectiva de Deus, vemos além do que nossos olhos podem ver. Paulo mostrou que, quando observamos com a perspectiva de Deus:

a) Procuramos restaurar relacionamentos e não isolar as pessoas.

b) Acreditamos que Deus pode restaurar alguém que caiu e não deixá-la no esquecimento.

c) Deixamos de enxergar só o pecado da pessoa para dar atenção à pessoa que pecou.

d) Ainda mais, enxergamos que bons frutos podem ser colhidos até mesmo de situações ruins – “... acredito que ele veio a ser afastado de ti temporariamente, a fim de que o recebas para sempre...” – (15).

Vs.16 – “... não como escravo; antes, muito acima de escravo, como irmão caríssimo...”.

A força do perdão de Deus é muito grande. Capaz de mudar o padrão social de relacionamento entre as pessoas.

Filemom, um senhor de escravos. Onésimo, um escravo.

Pensando as relações sociais num regime de trabalho escravo no tempo em que Paulo escreveu essa carta: ano 61 d.C.

O perdão de Deus ultrapassa os limites criados pela sociedade, quebrando as regras baseadas em status social. Nós no corpo de Cristo, Sua igreja, temos diferentes ocupações sociais, mas temos o mesmo valor perante Cristo. “Pois, em um só Espírito, todos nós fomos batizados em um corpo, quer judeus, quer gregos (independente de etnia – grifo meu), quer escravos, quer livres (independente de nossa condição social)” (I Co.12:13).

Quando o perdão de Deus é nossa regra de prática nos relacionamentos, vivemos o amor de Cristo, e tratamos com amor as pessoas, não pelo que elas tem ou pelo cargo profissional que ocupam, mas sim, pelo que Cristo fez na vida daquela pessoa, o mesmo que fez em mim: perdoou todos os nossos pecados!

Vs.18 – O pecado causa danos. Danos que precisam ser reparados. Reparação que tem um preço.

Onésimo teria fugido da casa de Filemom, quando trabalhava para ele como escravo. E o motivo de sua fuga, foi porque ele teria roubado Filemom. Sendo assim, teria deixado esse homem com algum prejuízo, claro, além da confiança perdida.

Paulo está disposto até mesmo a pagar o preço material do dano causado por Onésimo à Filemom. Paulo está servindo de mediador entre o ofensor e o ofendido; um mediador disposto a arriscar seu próprio nome/vida/bens. Agora pense no dano que você causou com seu pecado que é contra Deus. Esse dano nenhum outro pecador pode pagar o preço por você. Por isso, somente em Jesus Cristo, sua culpa é apagada perante Deus.

“Mas ele foi traspassado pelas nossas transgressões e moído pelos nossos pecados; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados” (Is.53:5).

“E não salvação em nenhum outro; porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos” (At.4:12).

Vs.21 - Perdoar, visando restauração de confiança e assim, restabelecendo relacionamentos, não dá nenhum mérito a quem perdoa, porque quem perdoa está OBEDECENDO a Deus.

Vs.24 – Nada melhor do que pedir e buscar a reconciliação entre pessoas, quando nós mesmos já experimentamos o valor da reconciliação.

Esse Marcos, que Paulo cita no final da sua carta à Filemom, sabe o que já havia acontecido entre Paulo e ele? Veja Atos 15:36-41. Paulo, que um dia tinha se separado do companheiro Barnabé por não concordar com a presença de Marcos na obra missionária, agora tinha como parceiro presente.

Aplicando: Você pode até estar bem em vários aspectos, mas ainda sim, ter algum (mesmo que seja só uma coisa) problema que precisa ser tratado.

As coisas certas que você faz não anulam a responsabilidade sobre coisas erradas que precisam ser resolvidas.

O homem pode ver assim: as várias coisas certas que faço me deixam tranqüilo mesmo que ainda haja uma ou duas coisas erradas que pratico. Deus vê diferente: elogia e se alegra pela obediência (como fez o apóstolo Paulo à Filemom), mas nunca usará dos elogios para encobrir a repreensão/correção.

Sua vida sempre deve estar à disposição do exame de Deus, para ver o que precisa ser corrigido!