segunda-feira, 30 de maio de 2011

"Sucesso no casamento não é encontrar a pessoa certa, mas ser a pessoa certa no poder da Pessoa perfeita (Deus)". - Pr.John Piper

sexta-feira, 13 de maio de 2011


Ao crente que quer ficar escutando música não evangélica...

Que acha que em casa, sem escandalizar os irmãos da igreja, não tem problema. Deus quer ser glorificado “em tudo que ocupe o vosso pensamento” (Fl.1:8).

Que acha que uma música de letra romântica, sem sentido imoral, não tem problema, porque é muito bonita. Deus quer ser glorificado, você usando sua voz para “entoar e louvar de coração ao Senhor com hinos e cânticos espirituais” (Ef.5:19).

Que acha que essas músicas não afetarão em nada seu relacionamento com Deus. Deus quer ser glorificado, você buscando ser “habitado, ricamente pela palavra de Cristo... E tudo o que fizer, seja em palavra, seja em ação, fazei-o em nome do Senhor Jesus, dando por ele graças a Deus Pai” (Cl.3:16,17).

Que acha problemas maiores noutros crentes e por isso diz que ouvir essas músicas não é nada demais! Deus quer ser glorificado, sem você usar os maus exemplos para justificar suas práticas que podem ser deixadas para trás, por amor a Cristo. Não se “associando com alguém que, dizendo-se irmão, for impuro, ou avarento, ou idólatra, ou maldizente, ou beberrão, ou roubador; com esse tal, nem ainda comais” (I Co.5:11).

Que acha que é só um passatempo e em nada atrapalhará seu testemunho para um descrente. Deus quer ser glorificado, sem você se parecer ou gostar do que o mundo gosta, mas sim, “que não mais andeis como também andam os gentios, na vaidade dos seus próprios pensamentos, obscurecidos de entendimento, alheios à vida de Deus por causa da ignorância em que vivem, pela dureza do seu coração...” (Ef.4:17-18).

Peça a Deus, que lhe dê satisfação na vontade dEle, alegria somente em ouvir e cantar palavras que glorifiquem o nome de Deus, de maneira que “o mesmo Deus da paz vos santifique em TUDO; e o vosso espírito, alma e corpo sejam conservados íntegros e irrepreensíveis na vinda de nosso Senhor Jesus Cristo” (I Tess. 5:23).


segunda-feira, 2 de maio de 2011


SEMINÁRIO E INSTITUTO BATISTA BEREIANO


DISCIPLINA: Panorama do NT -I.


DOCENTE: Pr.Timóteo Franklin.


CONSIDERAÇÕES SOBRE O CONTEXTO HISTÓRICO-TEOLÓGICO DO SURGIMENTO DOS SADUCEUS



1.0 – O pano de fundo religioso judaico do Novo Testamento – os partidos religiosos.





Para entendermos o mundo religioso judaico do Novo Testamento, precisamos olhar para trás para o retorno do exílio babilônico (538 a.C) e para alguns eventos salientes no período intertestamental. (ELLISON, p.1458).



Juntamente com o pesquisador acima, Robert H. Gundry, especialista em NT, corrobora que o judaísmo, tal qual era no primeiro século, teve seu começo perto do final do período do Antigo Testamento, durante o exílio assírio-babilônico.



Os dois principais grupos religiosos judaicos, fariseus e saduceus, surgiram no período intertestamentário. Portanto, devemos olhar para os aspectos histórico-teológicos marcantes desse ambiente, para entendermos o partido que é alvo de nosso artigo: os saduceus.



Quanto ao perfil dos fariseus, grupo que surgiu após a Revolta dos Macabeus (fase de experiência de independência judaica num domínio político que antecedeu o poder romano sobre as terras bíblicas durante o período intertestamentário) originando-se dos chamados hasidim, facção judaica fortemente anti-helenização da cultura judaica. Cumpriam tanto a lei mosaica quanto as leis rabínicas, observando o sábado sem nenhuma restrição, sendo admirados pelos judeus comuns, como modelos de virtudes, formando o que Gundry chamou de coluna mestra do judaísmo.



Além dos dois partidos religiosos supracitados, os essênios formavam uma terceira seita judaica no ambiente religioso do Novo Testamento. Um grupo menor, que à semelhança dos fariseus, originaram-se dos hasidim. Viviam em comunidades monásticas, ausentando-se da vida social geral, deixando para trás propriedades particulares e negando as riquezas, praticando um legalismo que superava o perfil farisaico.



Estes três partidos religiosos tiveram sua origem num contexto histórico-teológico marcado por pressões advindas das mudanças culturais e políticas ocorridas a partir do domínio de Alexandre, os anos de 334 a.C.



Dentre “os eventos salientes no período intertestamental” que agiram ativamente na formação dos partidos religiosos judaicos, destaca-se o fenômeno do helenismo, que significa a expansão da cultura grega levada por Alexandre, o Grande, juntamente com suas conquistas militares na Ásia e Egito.



Já que o helenismo, como toda cultura grega, estava concentrado nas cidades, e assim demorou a influenciar o campo, pressupondo uma classe de desocupados e proprietários de escravos, de maneira que, os judeus da Palestina, que eram na maioria camponeses pobres, demoraram a ser influenciados (ELLISON, p.1459).



No aspecto religioso, a influência do helenismo, gerava resultados diversos:



O helenismo olhava para si mesmo como um sistema dado pelos deuses para unir e vivificar um mundo fragmentado e exaurido... No século I a.C, entraram nos países do Mediterrâneo sistemas dualísticos do Oriente distante, que eram tanto filosofias quanto religiões... Especialmente em virtude do seu apelo à razão e ao conhecimento especial e esotérico, esses sistemas (gnósticos), foram muito atraentes para alguns judeus helenistas, e até para alguns judeus da Palestina. (ELLISON, p.1460)





As crenças judaicas procederam dos atos de Deus na história, conforme ficaram registrados numa coleção de livros sagrados (AT), e não segundo se via nas religiões pagãs, da mitologia, do misticismo ou das especulações filosóficas. O Antigo Testamento frisava o destino da nação, pelo que a doutrina da ressurreição individual aparece com bastante raridade. O período intertestamentário testemunhou a ênfase crescente sobre o destino do indivíduo, e, portanto, sobre a doutrina da ressurreição individual. Todavia, o nacionalismo e a consciência de pertencer ao povo escolhido de forma alguma fenecera. (GUNDRY, p.53).



Enquanto o farisaísmo, maior seita judaica dos tempos bíblicos, era socialmente composto em grande parte pela classe média leiga, entre os saduceus estavam a aristocracia. De maior influência política, controlando o sacerdócio, estes últimos eram uma permanência dos hasmoneanos do período intertestamentário. Ao contrário dos fariseus, que se fecharam ao máximo a influência helenística da época, os saduceus se reconfiguraram a partir das influências gregas, que pressionavam os povos dos primeiros séculos antes de Cristo.



No ensino, defendiam a autoridade somente da Torá ou Pentateuco, desconsiderando as leis orais dos rabinos não-sacerdotais. Na sua doutrina negavam a preordenação divina, a existência dos anjos, espíritos, além de negarem a imortalidade da alma e ressureição do corpo.



Gundry aponta a desintegração do partido saduceu concomitantemente a um evento histórico de grande impacto ao judaísmo, a saber, a destruição do Templo (centro do poder sacerdotal), ocorrida no ano 70 d.C. Isso porque o templo era a base de influência dos saduceus. No entanto, o farisaísmo permaneceu, sendo fundamento do judaísmo ortodoxo futuro.





2.0 - Origem e história dos saduceus.



Os saduceus adotavam uma posição secular-pragmática ao invés de religioso-ideológica, em relação à nação e suas leis. Exemplo desse pragmatismo secular dos saduceus é observado nos acordos políticos feitos em nome de interesses particulares. Como destacou Merril C. Tenney ao se referir a parceria dos saduceus com o governante João Hircano (135-104 a.C), ao afirmar que uma aliança natural entre os dois existia com base nos interesses políticos dos saduceus aristocráticos e a eminente posição dos príncipes hasmoneus.



Esta pode ter sido uma das razões pelas quais os saduceus davam a impressão de querer manter as coisas sempre do jeito que estavam. Eles gostavam de ocupar posições privilegiadas na sociedade e faziam de tudo para permanecer nas boas graças de Roma. Qualquer movimento que pudesse perturbar a ordem e a autoridade, com certeza pareceria perigoso aos olhos desses homens. (YOUNGBLOOD, p.1271).





A solidificação deste grupo religioso judaico ocorreu logo depois da Revolta dos Macabeus (167-160 a.C). Apoiavam a política hasmoneana de expansão econômica-militar, tendo influencia em vários governos, tais como, de João Hircano (134-104 a.C), Alexandre Janeu (76 a.C), etc. O declínio de influência deu-se no reinado feminino de Alexandra (76-67 a.C). Durante o governo romano na Palestina, os saduceus transitaram em meio a desconfiança de Herodes, o Grande (37-4 a.C), à grande poder no Sinédrio entre os anos 6-66 d.C, conseguindo controlar o sumo sacerdócio. No entanto, foi também durante o domínio romano, que os saduceus viveram seu fracasso, conforme já citamos.



Herodes, o Grande, teve um papel crucial para a eliminação dos saduceus do cenário do primeiro século. Quando Herodes, o Grande, capturou Jerusalém, vingou-se dos partidos de Antigono, que se opuseram a Hircano II, entre os quais estava um grande número de saduceus.



Durante o domínio herodiano citado, tanto a instituição do sumo sacerdócio foi degredada, como os próprios saduceus (que permaneceram intimamente associados aos sumo sacerdotes) sofreram um crescente declínio diante da opinião pública. Com a queda de Jerusalém e o fim do segundo Templo em 70 d.C, os saduceus desapareceram da história. Sua existência estava intrinsecamente ligada a seu poder político e sacerdotal, e quando isto acabou, ao contrário dos fariseus, foram incapazes de sobreviver. (TENNEY, p.142).





3.0 – Saduceus – uma definição.



Os estudiosos do assunto reconhecem que tanto a natureza exata dos saduceus como a derivação do seu nome parecem incertas. As extensas discussões para estabelecerem a origem do nome “saduceu”, ainda não tiveram um ponto final.



Atualmente, três possibilidades são apresentadas, são elas: a) significa “justos”, devido a palavra originar-se das mesmas três radicais da palavra “justiça”; b) o equivalente de Zadoque (um descendente de Arão, um dos principais sacerdotes sob o governo de Davi) ou filho de Zadoque; e c) a palavra hebraica para saduceu trata-se de uma transliteração de uma palavra grega que significa representantes ou controladores fiscais, usada para referir-se aos membros do senado judaico (Sinédrio).



Três são as fontes de informações sobre os saduceus na literatura antiga. Com destaque para 3 obras do historiador Flávio Josefo (A Guerra dos judeus, Antiguidades dos judeus e Vida). Josefo afirma que, por muito tempo, os judeus tiveram três filosofias peculiares, sendo os saduceus àqueles cuja doutrina era aceita por poucos, ainda que esses poucos fossem influentes e poderosos, de maneira que, ao assumirem o poder, “emprestavam” ideias e conceitos farisaicos, pois, de outra forma, não teriam suporte popular. Em seus registros, Josefo não cita nomes dos fundadores ou dos principais líderes dos saduceus.



As outras duas fontes são o próprio texto bíblico do Novo Testamento (especialmente os evangelhos sinóticos e o livro de Atos) e a literatura rabínica (200 d.C).





Deve-se fazer observações a respeito dessas fontes. Com a possível exceção de A guerra dos judeus, de Josefo, todas são decididamente hostis para com os saduceus... Muitas das referências rabínicas, especialmente as que são achadas no Talmude e nas obras posteriores, são de fidedignidade histórica duvidosa. Sendo assim, o nosso conhecimento dos saduceus é forçosamente muito limitado e unilateral. (ELWELL, p.332).





4.0 – Saduceus – composição, ensino e práticas:



Em síntese, além dos aspectos já citados na primeira parte deste artigo, identificamos os seguintes pilares das crenças dos saduceus: luta sistemática a favor de uma interpretação rigorosa e estreita da lei (rejeitando, sem concessões a prática farisaica de reconhecer outros escritos, que não a Torá como textos sagrados), repudiavam as noções de recompensas e castigos depois da morte e desassociavam Deus dos assuntos humano sustentando que as escolhas e ações humanas eram totalmente livres.



Quanto a isso, alguns pesquisadores dizem que já pelo fato dos saduceus ensinarem que própria decisão de um homem explicava seu bem estar ou infortúnio, tem-se como consequência um sentimento de auto-suficiência da parte deles e um repúdio de qualquer dependência da providência divina. Josefo nos diz algo sobre esse conceito saduceu de livre arbítrio e predestinação (ou Destino, na concepção grega): “Eles suprimiram totalmente o Destino” fazendo tudo depender do livre arbítrio e da responsabilidade humana (Ant. XIII. 5.9; War II.8.14).



A maioria dos estudiosos sustenta que essas crenças demarcam os saduceus como conservadores que resistiam obstinadamente às inovações dos fariseus e de outros. Deve-se notar, por outro lado, que essas crenças poderiam descrever com a mesma exatidão os aristocratas helenísticos que queriam reduzir ao mínimo as reivindicações da sua religião ancestral nas suas vidas diárias. (ELWELL, p.333).



No Novo Testamento o corpo doutrinário sustentado pelas crenças dos saduceus tomam vida, em vários momentos em que o texto bíblico registra o encontro destes com Jesus, em atitudes e reações ao ensino de Cristo. Tentaram encurralar Jesus com perguntas astutas quanto à ressurreição (Mt.22:23-33; Mc.12:18-27; Lc.20:27-38). Nessa ocasião a resposta de Jesus atingiu a presunção dos saduceus de acharem-se fiéis guardiões do conhecimento e prática dos escritos do Velho Testamento, pois foram mencionados como aqueles que erravam “...não conhecendo as Escrituras nem o poder de Deus...” (Mt.23:29) e ainda ouviram uma citação de Êxodo 3:6 como apoio a doutrina da ressurreição dos mortos.



No contexto da igreja primitiva a pregação dos apóstolos ensinando a ressurreição também foi alvo de reações contrárias do partido dos saduceus, como nos mostra o livro bíblico de Atos 4:1-4. No capítulo 5:17 Lucas registrou que “... a seita dos saduceus, tomaram-se de inveja, prenderam os apóstolos e os recolheram prisão...”. O que reforça tanto o caráter quanto com seus interesses particulares, já mencionados nesta análise do perfil desse partido judaico.



Noutro momento, ficou clara que os saduceus tinham um cuidado de perder a influência política que tinham, quando julgaram que a doutrina de Cristo representava uma ameaça à sua segurança e posição políticas (Mc.11:18). Nos capítulos 14 e 15 do evangelho de Marcos, são encontrados fazendo aliança política com inimigos históricos devido seus privilégios sociais terem sido ameaçados.



Um traço peculiar quanto à composição dos saduceus nos é apresentado por Merril C. Tenney, de que embora seja verdade que o sumo sacerdócio e os principais sacerdotes consistiam quase que exclusivamente deste partido religioso, havia entre os sacerdotes, muitos fariseus e, provavelmente, até mesmo entre as classes mais altas de sacerdotes. O que era comum aos saduceus não era a posição clerical, mas a eminência aristocrática. Ainda em Tenney temos uma ressalva quanto às comparações feitas entre fariseus e saduceus, geralmente num enfoque dicotômico. Apesar de serem inegáveis os contrastes marcantes entre os dois partidos, tais diferenças não devem ser tratadas como em absolutos. Nas palavras de Tenney “os últimos (saduceus) são o que são devido a uma sutil combinação de muitos fatores, em graus variados”.



Outros dois aspectos caracterizantes do ensino e prática dos saduceus estão associados ao seu conservadorismo e envolvimento político. De fato, ambas as práticas estão relacionadas. Isso porque tanto o poder aristocrático quanto sacerdotal representavam, naquele contexto, poderes relevantes no cenário político de então. Quanto ao aspecto do conservadorismo, o mesmo se refere a uma busca por estabilidade política que não só satisfazia os interesses político-militares dos romanos, mas também garantiriam a manutenção do status quo da classe dos saduceus.



Um terceiro aspecto, esta na área das relações interpessoais, ou seja, o comportamento social entre os próprios saduceus. Em Josefo, esse aspecto aparece em tom depreciativo, em comparação com a “afetuosidade” e “harmonia” encontrada entre os fariseus. Aqui é importante ressaltar, com anteriormente dito, que o teor negativo do conceito dos saduceus nos escritos do historiador F. Josefo são decididamente negativos.





5.0 – Herança dos saduceus – lições práticas para a fé cristã contemporânea.



A história não se repete, defende uma das correntes da historiografia recente. No entanto, a história contemporânea, mostra que, sem dúvidas, é possível identificar nas mentalidades e comportamentos humanos (individual ou coletivamente) práticas e pensamentos bastante semelhantes às marcas do tempo passado. Quando se trata de doutrinas e práticas religiosas também podemos identificar permanências de alguns destes traços em grupos atuais.



Ao pesquisar e analisar o surgimento do partido religioso judaico dos fariseus, em seus ensinos e atitudes, passo a apontar três lições práticas para a fé cristã contemporânea, relacionadas aos seguintes assuntos: pragmatismo, conservadorismo e associação política.



Pragmatismo dos saduceus: Refiro-me ao fato já descrito dos saduceus adotarem uma posição secular-pragmática ao invés de religioso-ideológica, em relação à nação e suas leis. Durante séculos, os saduceus adaptaram-se as mudanças de domínio político, no território onde estavam determinados, não pelo predomínio de suas crenças, mas pela permanência de sua existência e influência entre os governantes. No entanto, a história mostra-nos que foi por ação dos governantes com quem mantinham aliança que, no ano 70 d.C, o partido dos saduceus tiveram seu declínio e eliminação.



Associação com grupos políticos – Ilustração marcante desse pragmatismo secular dos saduceus foi observada nos acordos políticos feitos em nome de interesses particulares. Em virtude de sua posição peculiar (aristocracia e sacerdotalismo), estavam de modo preeminente preocupados com a política e a estabilidade do estado.



Conservadorismo movido por um conceito elevado de si mesmo – “Eles parecem ter se considerado como os corajosos guardiões da ‘fé pura’ do passado... Em seu conservadorismo reacionário, os saduceus tentaram se aproveitar de sua imagem autoproduzida como os protetores da tradição religiosa pura e verdadeira, a única que remontava a Moisés”. (TENNEY, p.343). Outra dimensão desse conservadorismo, que parece até contraditório, haja vista que em meio à busca incessante de manterem-se em lugar de destaque na sociedade de seu tempo, mesmo que isso custasse a secularização da nação e do próprio judaísmo, essa mesma prática aponta seu conservadorismo no que diz respeito a lutarem pela manutenção de uma estrutura política que garantisse seus privilégios.



CONCLUSÃO:



A partir do estudo do contexto histórico-teológico do surgimento dos saduceus, podemos afirmar que, dentre os três partidos religiosos judaicos do ambiente do Novo Testamento, os saduceus, nasceram durante as ações e reações do mundo judaico ao fenômeno da helenização, durante o período intertestamentário (do final do Antigo Testamento ao início do ministério de João Batista) empreendido a partir da expansão militar de Alexandre, o Grande, no século IV a.C. Nesse ambiente, os saduceus diferenciaram-se dos fariseus por terem absorvido a cultura grega, acomodando-se no ambiente greco-romano, conforme seus interesses políticos e sociais. Apesar de ser uma importante seita religiosa judaica, vimos que mostrou-se mais política do que religiosa. Sendo justamente essas alianças políticas em nome da permanência da influência e privilégios políticos e sociais, uma das causas do fim desta seita que, ao contrário dos fariseus, foram eliminados quando da queda de Jerusalém no ano 70 d.C, desaparecendo do cenário religioso judaico desde então. A partir deste estudo, refletimos sobre os riscos do pragmatismo e associação de grupos religiosos à política, realizados pelos saduceus, como formas de comprometer a autenticidade da doutrina e consequentemente conduzir os adeptos a comportamentos contrários a ética cristã.